Que tal receber dicas de carreira de um dos mais renomados profissionais de Administração e Recursos Humanos do planeta? Confira a entrevista que o Blog Anhanguera fez com o professor Idalberto Chiavenato, autor de mais de 30 livros acadêmicos adotados em instituições de Ensino Superior de todo o mundo.
Chiavenato estudou Filosofia e Pedagogia e concluiu a especialização em Psicologia Educacional na Universidade de São Paulo (USP). Logo depois, ganhou o mundo ao tornar-se mestre e PhD em Administração pela City University of Los Angeles, nos Estados Unidos.
Abaixo, confira a entrevista na íntegra:
Blog Anhanguera - Como assegurar uma carreira bem-sucedida?
Prof. Chiavenato - Os segredos de uma carreira bem-sucedida estão nos seguintes aspectos:
Preocupe-se com o processo e não apenas com a tarefa; os méritos do passado não garantem o sucesso no futuro; quem quer se bem-sucedido tem que fazer mais do que os outros; pense em servir à sua organização (sua ou alheia) e não espere que ela sirva a você; Lembra-se do presidente John Kennedy? É preciso sempre ter o algo mais do que os outros; distinguir-se no meio da população, sobressair-se na multidão.
Blog Anhanguera - Como melhorar a empregabilidade?
Prof. Chiavenato - Precisamos ser indispensáveis naquilo que fazemos. Isso implica em várias coisas simultâneas: agregar valor e contribuir para o negócio da organização; ser proativo e antecipatório aos problemas e dificuldades; ter senso de empreendedor interno ou externo; desenvolver competências comportamentais como comunicação, relacionamento humano, atitude positiva, espírito de equipe, visão de conjunto, e coisas assim.
Blog Anhanguera - Quanto vale um talento no mercado de trabalho?
Prof. Chiavenato - O valor de cada pessoa depende daquilo que ela oferece em troca. Se a pessoa entrega apenas rotina, tarefa, serviço comum ela se torna substituível. Mas se ela entrega resultados, valor agregado ela passa a valer mais. Um aspecto importante, é que o administrador, na medida em que cresce na sua carreira passa a atrair expectativas de outros: sua “clientela” aumenta e se espalha. Ele passa a atender vários e diferentes grupos de interesses envolvidos em seu sucesso: os chamados stakeholders. São dirigentes, os pares e demais pessoas da sua organização, são os proprietários, acionistas, investidores, clientes e consumidores, fornecedores, a comunidade, sociedade, governo e daí por diante. Cada qual com sua diferente expectativa a respeito dele.
Blog Anhanguera - O que significa planejamento da carreira?
Prof. Chiavenato - Planejar faz parte integrante do papel do administrador. A primeira noção que se aprende em Administração é o processo administrativo: planejar, organizar, dirigir (ou liderar) e controlar. Em geral, em casa de ferreiro, o espeto é de pau. Vai em frente sem saber exatamente o que virá. Quase sempre falta visão de longo prazo, periférica e estratégica. E nada se faz improvisadamente, a não se quando surja uma incrível e inesperada oportunidade.
O primeiro passo é pensar como um fornecedor: seja de conhecimento, competências, alcance de objetivos ou de resultados concretos. Precisamos nos armar como verdadeiros talentos à procura de autorrealização pessoal. Não podemos ser apenas suficientes, medianos. A mediocridade é coisa do passado.
Precisamos ter uma missão pessoal a cumprir. E que seja elevada.
Blog Anhanguera - E quais são os passos para planejar continuamente a carreira?
Prof. Chiavenato - Todo planejamento depende primeiramente do objetivo que se quer alcançar. Precisamos clarificar esse objetivo e fazer com que ele seja sempre atualizado e constitua nossa rota ou bússola de vida. O que queremos ser como profissionais? Em que tipo de futuro?
Em segundo lugar precisamos fazer dois diagnósticos diferentes, mas interdependentes:
Diagnóstico interno: é o autoconhecimento. O que temos a oferecer? Quais os nossos pontos fortes e pontos fracos? Ou, em outras palavras: em que nós somos bons; ou em que somos frágeis. Para isso, precisamos saber três aspectos a nosso respeito:
- Quais são os nossos interesses e preferências pessoais? É aquilo que gostamos de fazer;
- Que tipos de inteligência nós dispomos? É o que temos mais facilidade de fazer;
- Quais são as nossas características de personalidade? É como podemos fazer.
Em suma, avaliar as suas áreas de eficácia.
Diagnóstico externo: é o conhecimento competitivo do mercado onde iremos atuar. O que o mercado necessita?
De um modo geral, precisamos compatibilizar esses dois diagnósticos ou análises para planejar como podemos alcançar o nosso objetivo.
De um lado, saber o que podemos ou não fazer. De outro, saber exatamente onde podemos fazer o que podemos.
Em terceiro lugar, seja estratégico e não apenas operacional.
E para finalizar, muito sucesso a todos!